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Feijó: Sem profissionais, anestesia é aplicada por clínico geral em hospital: 'ou a gente faz ou o paciente morre'

Clínicos gerais estariam aplicando anestesia e fazendo pequenas cirurgias de emergência para salvar a vida dos pacientes.   

O Hospital Geral de Feijó, no interior do Acre está há anos sem anestesista e o sedativo é aplicado pelos próprios clínicos gerais. De acordo com o médico Rosaldo Aguiar, há falta de especialistas também em Tarauacá.
Porém, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) informou que já tem um anestesista lotado em Tarauacá e outro, que foi aprovado em concurso público, ainda deve tomar posse.
Já em Feijó, a Sesacre disse que foram feitos concursos públicos para atender a necessidade do município, mas a modalidade enfrenta uma escassez de profissionais em todo o país. A Saúde destaca ainda que nada impede que o clínico geral faça o manuseio da anestesia.
Com a falta dos profissionais para fazer os procedimentos cirúrgicos e aplicar anestesia, o médico diz que já precisou fazer cirurgia, como cesariana ou pequenas cirurgias de emergências, para salvar a vida dos pacientes.
“Nenhum médico faz cirurgia sem anestesista. A gente já fez porque simplesmente não tem para onde correr. Eu não sou anestesista, mas, ou a gente faz ou o paciente morre. Você tem que ser o cirurgião, o anestesista, o obstetra, tem que ser tudo de uma vez só”, explica o médico.
Aguiar diz que em Feijó já houve anestesista, mas sempre acabam indo embora e o município fica sem assistência. “Teve anestesista uma época, mas é sempre assim, vem uma equipe, faz cirurgia um ou dois meses, depois vai embora”, lamenta.
Aguiar diz ainda ter conhecimento do concurso público com provimento de vagas para anestesistas mas, segundo o médico, os profissionais do concurso só vão atender casos eletivos, que podem aguardar pelo melhor momento para fazer o procedimento cirúrgico, como de hérnia e vesícula.
“Houve um concurso público agora e eu vi uma informação de que vai ter um anestesista, mas só para fazer cirurgia itinerante, cirurgia eletiva. Se por um acaso chega um paciente furado ou baleado, ou alguma coisa assim, nós que temos que fazer”, ressalta o médico. 
Em janeiro, um homem chegou ao hospital de Feijó com uma perfuração no estômago e na vesícula. Temendo pela vida do homem, Aguiar diz ter aplicado anestesia geral e feito a cirurgia com ajuda de outro médico para salvar a vida do paciente.
“Normalmente quando acontece desse jeito nós mandamos para Cruzeiro do Sul e o avião vem buscar, mas nesse caso ele chegou 2h da manhã e eu tinha certeza que ele não ia amanhecer o dia. Então, fizemos a cirurgia com a falta dos profissionais e, se não fizer, é omissão de socorro. Se tivesse anestesista, seria muito bom”, finaliza o médico. 

Fonte: G1

 

 

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